O Amor Na Visão de Thich Nhat Hanh

Existem várias formas de explicar, milhares de sentir, e com toda certeza é muito difícil de trabalhar o conceito em patamares científicos… Logo, tal como uma filosofia faz sentido ao contexto que busca atender nós podemos destacar alguns cientistas que explicam com magnitude este sentimento que nos defini. Para tal conceituação de Amor, sentimento este explicado via Budismo por Thich Nhat Hanh.

O autor iluminado aqui citado é um monge vietnamita nasce na década de 20 ainda no século passado, mais propriamente em meados da 2ª Guerra Mundial. Teve seu desenvolvimento marcado por grandes conflitos, gerados por ocupações hora chinesas e hora mongóis que somente se contiverem após um intenso quadro de guerra com os EUA.  Em 1960 parte em jornada de Estudos para Universidade de Princeton nos EUA, após sua formação, ganha grande destaque devido a tradução de varias obras para o japonês, sânscrito, chinês, inglês e francês, sendo convidado então para lecionar religiosidade na Universidade de Columbia. Entre 1964 e 65 fundou a Universidade Van Hanh. E acreditem esse é só o comecinho da biografia, ele realmente foi e ainda é uma entidade iluminada neste mundo. Para não os cansar seguiremos então com uma sumula da obra vital Tich em sua compreensão sobre o “Amor Verdadeiro”.

Para Tich o Amor se divide em quatro grandes “Atitudes” que quando em comunhão alcança a magnitude de Verdadeiro Amor, dos quais falaremos abaixo:

“O amor verdadeiro é feito de quatro elementos: bondade, compaixão, alegria e equanimidade. Em sânscrito, são chamados de: maitri, karuna, mudita e upeksha. Se o amor contém tais elementos, ele será curativo e transformador, e abarcará também o elemento da santidade. O amor verdadeiro tem o poder de curar e transformar qualquer situação, além de trazer um significado profundo às nossas vidas.” (Hanh, 2008)

Amor ou Bondade Amorosa Ilimitada (maitri)

“O primeiro aspeto do verdadeiro amor é maitri, a intenção e a capacidade de providenciar alegria e felicidade”, (Hanh, 2008) aqui falamos do sentimento de cuidar profundamente do outro. Para se praticar a maitri é necessário ativar a compreensão e a escuta atentas para tomar conhecimento dos outros à sua volta e saber o que fazer para tornar os outros felizes.

A compreensão é parte integrante do amor e ajuda a compreender as necessidades e os sofrimentos do outro. A compreensão é o amor ao outro. O amor ao outro implica cuidar aqueles que se ama e ter a intenção de lhe acrescentar alegria e felicidade. Daí, Maitri ser um estado sublime de consciência, ser o desejo de fazer bem ao próximo sem expectativa de recompensa. Nenhuma realização intelectual pode substituir o sentimento humano fundamental de amor por outros e pelo agir com bondade em relação ao outro.

Compaixão (karuna)

“O segundo aspeto do verdadeiro amor é karuna, a intenção e a capacidade de aliviar e transformar o sofrimento e acalentar as mágoas”. (Hanh, 2008)

Karuna muitas vezes é traduzido por compaixão, no entanto, a compaixão que não pressupõe sofrer com o outro. Para desenvolver a compaixão é necessário desenvolver a escuta e a observação atentas e praticarmos a respiração e não sofrer com o outro, mas sim acolher o seu sofrimento a partir de uma presença plena.

Karuna significa preocupação com o outro que está sofrendo, dedicar-lhe presença, observação e escuta atentas para perceber a sua dor. A comunicação, com escuta consciente por si só, traz alívio da dor ao outro. Compreender profundamente as condições e levar a atos hábeis que possam melhorar qualquer situação pode reduzir o sofrimento do outro e trazer-lhe alegria. A comunicação pode ser fonte de alívio ou de sofrimento, pois, se a escuta for atenta, uma palavra, uma ação ou um pensamento compassivo pode reduzir o sofrimento do outro. Cada palavra dita com compaixão pode dar conforto e confiança, ajudar, reconciliar e libertar o outro.

Alegria (mudita)

“O verdadeiro Amor traz-nos sempre alegria a nós e a quem amamos. Se o nosso amor não nos traz alegria a ambos, não é o verdadeiro amor”, (Hanh, 2008) porque o amor pressupõe alegria. A alegria faz parte do momento presente. “Muitas pequenas coisas podem trazer-nos uma alegria imensa, como por exemplo a noção de que os nossos olhos estão em boas condições. Basta-nos abri-los e podemos ver o céu azul, as flores lilases, as crianças, as árvores e tantos outros tipos de formas e cores”. (Hanh, 2008)

A alegria resulta das condições no âmbito da mente. A alegria é vista como uma possibilidade do momento presente, e tem a sua origem em coisas simples do quotidiano e da vida. A alegria expressa em Mudita é a alegria altruísta, é a alegria que sentimos quando os outros estão felizes. A alegria parece conter nela uma distinção entre o eu e os outros, no entanto, pressupõe que a alegria do outro também traz alegria ao eu, e, por isso, traz paz e satisfação ao eu.

Equanimidade (upeksha)

“O quarto elemento do verdadeiro amor é upeksha, que significa equanimidade, desapego, não discriminação, imparcialidade ou desprendimento,” (Hanh, 2008) Upa significa “por cima” e iksh “olhar”. Equanimidade significa “olhar de cima”, sem se estar limitado a ver só uma parte, a ver o todo visto de cima, sem apego, sem discriminação, preconceito ou dependência. O verdadeiro amor não é dependente, não discrimina, não é apegado, nem preconceituoso.

Equanimidade é igualdade sem discriminação ou preconceito. Upeksha tem uma característica que podemos designar como uma “sabedoria da igualdade”, de ver todos como iguais, sem discriminar entre nós e os outros. Na equanimidade deixa de haver o eu e o outro. Temos de nos colocar no lugar do outro, compreendê-lo e amá-lo verdadeiramente.

“Amor, compaixão, alegria e equanimidade são a própria natureza de uma pessoa iluminada. São os quatro aspetos do verdadeiro amor inerente a nós e inerentes a todos e a tudo”. (Hanh, 2008)

Essa interligação e a conexão da capacidade de dar amor ao outro, com compaixão e acolhimento, e a intenção de dar alegria e felicidade ao outro, numa perspectiva de igualdade, de não discriminação são a natureza de uma pessoa iluminada. Estes elementos encontram-se presentes em todos os seres e em todas as coisas.

Desafio vocês queridos leitores, a levarem estas praticas “atitudes” para o relacionamento de vocês e nos retornarem com os resultados.

Nos acompanhem: @ocasaldepsicologos ou em www.atitudereligare.com

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Psicólogo, mãe, pesquisadora. Sou uma profissional no tratamento da mente humana e suas relações.

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