Não se outorga o desenvolvimento dos filhos!

Essa discussão precisa de maturidade, e logo, para tal leitura solicitamos que nossos correspondentes se despendam da racionalidade centrista e atenham-se a métodos filosofais de existir. Sim “Filosofais” pois discutimos aqui não o tácito alheio e normalizado, mais sim o campo do subjetivo, da personalidade e formação de nossos predecessores através das lentes da Psicologia.

Comumente recebemos em nosso consultório queixas dos Pais referentes aos métodos de aprendizagem e a baixa qualidade de interações ofertados pelo atual sistema de ensino, e não se enganem, a critica também é forte aos meios particulares. Essas queixas estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento da personalidade de suas crianças (quase sempre nos atributos negativos), seja empregando tais críticas a um profissional especifico (quase sempre professores e monitores) ou por todo método de uma instituição, no que concerne o acolhimento de diagnoses (laudos clínicos) ou até mesmo na responsabilização por atitudes negativas não influenciadas pelo lar (tipicamente: “aprendeu isso na escola”).

Mas será que estamos no caminho correto quando apontamos um culpado para os problemas comportamentais que nossos filhos apresentam?

Como Cientistas Clínicos e não como seus inimigos somos obrigados a lhes dizer a verdade, mesmo que lhes doa. Não estamos corretos ao apontar culpados, é sim uma atitude errônea por parte dos Pais, simplesmente responsabilizar o meio por problemas comportamentais de seus filhos. E paradoxalmente não podemos sucumbir a uma aceitação de culpa pessoal também, visto que não somos totalmente responsáveis pelo desenvolvimento pleno do funcionamento social de nossos filhos.

Entendamos então que, não podemos apontar uma instituição ou um profissional pelo desenvolvimento comportamental de nossas crianças, pois este desenvolvimento sim faz menção a responsabilidade de Pais… Enquanto eu (Pais) “escolho” para meus filhos, como tutor que sou, eu tiro deles a responsabilização do aspecto cultural, afinal de contas eu escolho os lugares onde meus filhos permanecem. Eu sou responsável pelo contexto de meus filhos e mais que isso, como ele recebe e assimila as informações que vêm de fora do lar.

Vamos destrinchar o problema para entender com maior facilidade o processo que falamos aqui, para isto usaremos um exemplo hipotético:

Situação problema: Ana Julia de 5 anos começou a falar palavrões em diversificados contextos; Os Pais alegam ser culpa da escola, pois relatam ter visto outras crianças usarem tais jargões, e que sem os devidos cuidados dos Professores esta atitude está se tornando normal.

Vejam a realidade desta problemática antecede o meio social escolar, pois cabe aqui aos Pais incluir valores morais a seus filhos, mesmo que eles ainda não os entendam, pois eles iram significar os mesmos frente a experiencia. Se o casal repreende entre si a utilização de determinadas linguagens, através de exemplo a criança entendera as atitudes e as assimilará, adotando postura semelhante, quando estiver na mesma situação.

Se os Pais aqui exercem um papel ativo na construção de valores morais verbais, eles incluíram contingencias em suas próprias falas quanto a utilização de linguagem vulgar, criando assim para a criança não somente uma situação de estranheza como também de contingencia pessoal. Neste caso ela recebera a informação do meio e não a assimilara, por vezes até mesmo irá repreender tal comportamento de seus iguais.

E mesmo que nós façamos papel exemplar estamos sim à mercê da possibilidade desde tipo de comportamento por parte de nossos pequenos, e isso se da pois a constituição deles não e realizada única e puramente pela junção de Pai e Mãe, mais por valores do meio em que está inserida, uma vez que partilha de nossa capacidade humano o ato cultural, faz parte da nossa constituição também o nosso contexto, e por isso que aqui apresentamos o pulo do gato.

Sempre faremos como Pais o melhor que podemos com tudo que temos, e por tal afirmação, temos que ser humildes ao aceitar que nosso “tudo” por vezes não é o melhor, somos também falhos e estas falhas podem ser presentes em nossa maneira de ensinar, de dar valor. Se a atitude for humilde, frente a realidade hipotética da Ana Julia, nós como Pais nos questionaremos e tomaremos aquilo que nos é de responsabilidade, que é lidar com essas posturas que não aprovamos, buscando então corrigir este comportamento. O problema é que nesta fase os Pais costumam, outorgar a responsabilidade para o meio, e aqui nos temos uma inversão daquilo que gostaríamos, pois eu não me coloco a pregar o valor que eu estou esperando, mas sim dou esta incumbência ao mesmo meio que já se provou falho.

Em outras palavras… Temos que assumir o papel daqueles que transformam a maneira como nossas crianças veem as coisas, como elas veem o mundo, temos que mostrar aquilo que se deve admirar ou aquilo que se deve negar e até mesmo repreender, de maneira simplório nosso papel principal é mediar nestes anos de formação como nossas crianças olha, como elas constroem as lentes pelas quais poderão ver todas as coisas. Essa maneira de olhar é principalmente trabalhada através de exemplos, de inclusão e responsabilização (nossas e também deles).

E como conselho podemos te dizer, seja simples, sempre o mais simples possível (simplicidade não é redução de diálogo), a informação precisa ser trabalhada ao extremo, porém sempre de maneira simplificada e direcionada, procure indicar sempre o que se deve fazer e não o que está errado (aqui trabalhamos o que focar) … Sejam sempre verdadeiros, com eles e consigo, seus filhos tem entre tudo uma capacidade única de perceber suas emoções e sentimentos ao falar, logo se vocês não estiverem alinhados com aquilo que querem expressar eles também terão dificuldades em alinhar o aprendizado.

Por hoje é tudo pessoal… Desculpem o texto mais extenso, essa temática realmente é difícil de resumir, se gostaram do conteúdo, por favor nos retornem, e não deixem de nos acompanhar em: @eduardoreligare e @camilalanfredi_ Até nossa próxima coluna!

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Psicólogo, pai, escritor. Minha carreira teve início em 2008, desde então a psicologia é uma das grandes paixões da minha vida.

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Dra. Camila Lanfredi

Psicólogo, mãe, pesquisadora. Sou uma profissional no tratamento da mente humana e suas relações.

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